domingo, 26 de julho de 2009

Mêdo.




Sabe, às vezes não crescemos por causa dos nossos medos, por causa de nossas crenças e por causa daquilo que os outros nos dizem fazendo-nos indecisos e inseguros.
Quando pequenos, tentando aprender a andar em curtos e cambaleantes passos, tropeçamos e caímos todas as vezes que nos dirigimos ao horizonte; Apontamos os braços na direção e desequilibrados, procuramos a andar ansiosamente, até o chão nos acolher dura e friamente. Nunca desistimos! Porque algo nos segura, nos levanta e nos impulsiona para frente numa nova tentativa. E não estou me referindo as mãos de nossos pais, mas algo que aflora em nosso mais profundo íntimo que talvez date o início da humanidade; algo bem antigo e estranho. Mesmo caindo inúmeras vezes quando crianças, nós tentamos e tentamos andar até conseguir majestosamente.





Mas algo acontece com os nossos desejos ao longo dos tempos, ao longo de nossa maturidade. Talvez por sentir a ansiedade nos dominar em querer chegar rápido, ou talvez querer tudo ao mesmo tempo, tudo aquilo que reside em nossa volta. Não sei bem! Talvez o medo que nos impõem insistentemente àqueles que desistiram de andar, talvez, por acreditar que nunca chegue a este horizonte e ter a certeza de que o chão é duro e frio. A verdade é que deixamos de tentar. Por este ou por aquele motivo, deixamos de traçar caminhos mais longos.





Quando adultos, deixamos de prosseguir a jornada que nos foi destinada por falta de coragem em saber que o horizonte está longe e por ter a certeza que um dia vai cair. Se pudéssemos levantar a cada caída e acreditar que cada passo dado mais perto o horizonte estará; se pudéssemos acreditar que as crenças só nos castram e nos forçam a temer o desconhecido, as coisas seriam diferentes. Não só andaríamos, mas alçaríamos um belo e infinito vôo a este horizonte divino.
Se pudéssemos acreditar que a vida é simples como um andar de uma criança, a criança que fomos um dia, talvez entenderíamos aquele mestre que um dia existiu e dizia:
“... que venham a mim as crianças. Só como crianças os homens entrarão nos reinos dos céus...”.