terça-feira, 14 de outubro de 2014

O Reflexo da Religião.(parte do livro ONDE DEUS ESTÁ. de João Carlos)



    



 No início, o homem primitivo possuía a crença baseada no medo; medo de confrontar algum animal selvagem; de não conseguir o alimento que sacie a sua fome, a sua sede; medo do confronto de rivais e medo em não sobreviver até a grande bola brilhante surgir ao horizonte, quando trazia a noite escura, e com isso, o leito duro que lhe servia de aconchego.
       O medo era constante no dia a dia do homem primitivo. O conhecimento que possuía vinha lentamente com o decorrer dos anos e das situações por qual passava. Tudo que tinha em mãos era a visão do mundo o qual o rodeava e, através do medo, criou símbolos que estabeleceu uma conduta com o próximo e a espiritualidade. Histórias sagradas, símbolos e tradições passaram a lhe dar sentido à vida.
       Claro que no meio do caminho da história da humanidade, o desenvolvimento religioso assumiu diferentes formas culturais, mas é fato que não se deve deixar de mencionar é que no início, a religiosidade ou, o sentimento de apego a algo divino, era um sistema de orientação que ajudava o homem a interpretar o mundo e seus percalços. Quando o homem primitivo sentiu o valor da vida e entendeu que sua existência dependia de forças externas, o extinto mais profundo ganhou forças e se viu submetido a uma nova aventura mística com o objetivo de satisfazer seu criador, ou, criadora.
       As primeiras manifestações religiosas eram cultos arcaicos que deram início a outro grande culto que sobreviveu por um longo período na história da humanidade; Tão grande que ora ou outra, nos tempos atuais, são encontrados nas escavações, restos significativos desta época: O Culto da Grande Deusa Mãe.
       A grande Deusa Mãe controlava a natureza, a água, a fertilidade, a agricultura, a linguagem, a escrita, a cultura, a terra e o teto por suas cabeças onde o sol e a lua imperavam cada um em seu tempo.
       Até 10.000 anos atrás Deus era mulher, pois até então, a mulher e o conceito de Deus tinham sido fundamentais para o progresso da sociedade, quando o homem passou a desenvolver o pensamento lógico verbal. Conforme estudos em pinturas nas cavernas e achados arqueológicos o homem primitivo respeitava as fases  da lua em suas colheitas, nas mudanças de maré e na menstruação de suas mulheres. Em suas cerimônias fúnebres enterravam os seus mortos em posição fetal e os tingiam de vermelho, acreditando que da barriga de uma mulher vinha a vida e para a barriga da mãe terra seriam entregues ao acalento da natureza.
       Conforme  estudos arqueológicos e seus achados, foram encontrados recentemente, estatuetas femininas ao culto da grande deusa e, utensílios em referencia ao culto do ocre-vermelho – associado ao sangue menstrual -, datados de 300.000 a.C.  Hoje, sabe-se que todo culto na Europa e Egeu que indica alguma deusa em sua filosofia, teve influencia nas matriarcados neolíticos pré-indo-europeus. E mais; que todas as deusas de lugares diferentes, referem-se à mesma “A Grande Deusa Mãe”.