
São raras as vezes que me vejo falando em alguma sala de bate papo com pessoas que nunca vi na vida. E fico surpreso que a idade não diferencia a pessoa em se sentir impulsionado a procurar alguém por este meio de comunicação. Noto, que independente da idade, a solidão é avassaladora.
Pessoas de todas as classes sociais, clero e raça, se sentem atraídas e esperançosas em encontrar a sua cara metade num simples teclar em seus PC’s. Algumas pessoas até atrevem-se a ditar regras como se elas fossem únicas e supremas naquela situação exigindo que a outra pessoa do outro lado lhe responda exatamente aquilo que querem ouvir. “Santa ironia!”
Mas o que eu quero mesmo é chamar a atenção para a nossa companheira chamada SOLIDÃO. Passei anos da minha vida vivendo com uma pessoa do meu lado e só hoje descubro o como estive sozinho. E agora, iludo-me juntamente com estes admiráveis viajantes em encontrar em apenas alguns minutos, uma pessoa que supra esta solidão definitivamente fazendo valer toda a vida que passou, e que a perdi.
Engraçado que a gente deseja que a sorte bata em nossa porta e como um passe de mágica um ser magnífico (a) desça das nuvens e nos banhe com a sua mais plena felicidade.

Mas não é uma crítica que estou fazendo, pois bem sei que temos o “aventureiro” dentro de nossos corações. O que sugiro é que tenhamos a coragem de procurar naqueles que estão ao nosso lado a pessoa que tanto desejamos; a mesma coragem que temos com aqueles que nunca vimos e ainda assim o chamamos para um encontro.
A solidão existe e dói, mas aqueles que estão próximos também sentem solidão e sofrem. Aqueles que desistem choram, mas aqueles que usam da solidão para momentos de comunhão consigo mesmo, crescem. A solidão destrói, mas também constrói. A solidão ensina, prepara, testa, nos faz fortes e nos faz libertos em almejar horizontes definitivamente mais distantes e complexos.
Poderia ficar aqui horas falando sobre a solidão, mas no momento estou me sentindo sozinho e com um desejo enorme de ir lá à sala de bate papo e dividir a minha solidão com alguém que nunca tenha visto, mas que entende exatamente a complexidade desta solidão.